sexta-feira, 22 de maio de 2009

História e descolonização de África

História

Há aproximadamente 5 milhões de anos, um tipo de hominídeo habitava o sul e o leste da África. Há cerca de 1,5 milhão de anos, esse hominídeo evoluiu para formas mais avançadas: o Homo habilis e o Homo erectus.
O primeiro homem Africano, o Homo sapiens, data de mais de 200.000 anos. A população negróide, que dominava a domesticação de animais e a agricultura, expulsou os grupos bosquímanos para as zonas mais inóspitas. No primeiro milénio a.C., o povo banto, um dos grupos dominantes, começou uma migração que durou 2.000 anos e povoou a maior parte da África central e meridional.
A primeira grande civilização Africana começou no vale do Nilo por volta de 5000 a.C. O reino do Egipto desenvolveu-se e influiu nas sociedades mediterrâneas e Africanas por milhares de anos. Entre o fim do século III a.C. e início do século I, Roma conquistou o Egipto, Cartago e outras áreas do norte da África. O império dividiu-se em duas partes no século IV. Todos os territórios a Oeste da Líbia continuaram pertencendo ao Império do Ocidente, governado por Roma, enquanto os territórios a leste, inclusive o Egipto, passaram a fazer parte do Império Bizantino, sob o comando de Constantinopla. No século V, os vândalos conquistaram grande parte do norte da África e governaram até o século VI, quando foram derrotados pelas forças bizantinas e a área foi absorvida pelo Império do Oriente. Os exércitos islâmicos invadiram a África em 1623, depois da morte de Maomé, e rapidamente venceram a resistência bizantina no Egipto.
A partir de suas bases no Egipto, os árabes invadiram os reinos berberes do ocidente. Enquanto os berberes do litoral converteram-se ao islamismo, muitos outros retiraram-se para os montes Atlas e o interior do Saara.
Os turcos otomanos conquistaram o Egipto em 1517 e durante os 50 anos seguintes estabeleceram um controle aparente sobre a costa norte-africana. O poder real, porém, permaneceu nas mãos dos mamelucos que governaram o Egipto até serem derrotados por Napoleão em 1798.
Na África ocidental, surgiu uma série de reinos de população negra cuja base económica estava no controle das rotas comerciais transaccionais.
A leste de Songhai, entre o rio Níger e o lago Chad, surgiram as cidades-estado de Hauçá e o império de Kanem-Bornu. Ao que parece, o islamismo foi introduzido nos reinos hauçá no século XIV, a partir de Kanem-Bornu. Os primeiros documentos da história da África oriental, que aparecem no périplo do mar de Eritréia, descrevem a vida comercial da região e seus laços com o mundo fora da África. Imigrantes indonésios chegaram a Madagáscar durante o primeiro milénio com novos produtos alimentares, sobretudo a banana, que foi logo introduzida no continente. Povos que se estabeleceram no interior, formaram reinos tribais e absorveram os povos bosquímanos e nilóticos que ocupavam as áreas do interior. Os colonos árabes ocuparam a costa e estabeleceram cidades comerciais. No século XIII, foram criadas algumas notáveis cidades - estados, voltadas para o mar, embora o seu impacto político sobre os povos do interior tenha sido mínimo até ao século XIX.
O primeiro esforço contínuo dos europeus com relação à África só veio a partir de Dom Henrique o Navegador, príncipe de Portugal. Depois de 1434, foram organizadas numerosas expedições e, em 1497-1498, Vasco da Gama contornou o cabo da Boa Esperança e chegou à Índia. O comércio português atraiu os rivais comerciais europeus, que no século XVI criaram suas próprias feitorias e enclaves para captar o comércio existente. Com o aumento do comércio de escravos para as Américas, as guerras pelo controle do comércio Africano tornaram-se mais intensas. Durante os quatro séculos de tráfico de escravos, um número incalculável de africanos foi vítima desse comércio de vidas humanas.
O primeiro reino importante que se beneficiou com o comércio de escravos foi Benin. No fim do século XVII, foi substituído pelos reinos de Daomé e Oio. Em meados do século XVIII, o povo Ashanti tornou-se o maior poder da África Ocidental.
O desejo britânico de acabar com o tráfico de escravos baseava-se nas perspectivas de reorganizar o comércio Africano com vistas a outras exportações, aumentar a actividade missionária e impor a jurisdição do Governo britânico sobre propriedades que tinham pertencido a comerciantes britânicos. Essas acções levaram-no a assumir a soberania de certos territórios africanos. No fim do século XVIII, o interesse científico e a busca de novos mercados começou a estimular uma era de explorações.
Aos exploradores seguiram, ou em alguns casos precederam, os missionários cristãos e mais tarde os comerciantes europeus.
Na Conferência de Berlim (1884-1885), as potências definiram as suas zonas de influência e a África ficou praticamente dividida entre elas.
A II Guerra Mundial enfraqueceu psicológica e fisicamente as potências coloniais. A gangorra do poder internacional baixou para os Estados Unidos e a União Soviética, dois estados anticolonialistas. Na década de 50, o exemplo das novas nações independentes de outros continentes, as actividades dos movimentos revolucionários e a efectividade de líderes carismáticos agilizaram o processo de independência. No fim da década de 70, quase toda a África havia se tornado independente.
Os jovens Estados Africanos enfrentam vários problemas básicos, como o desenvolvimento económico, o neocolonialismo e a incapacidade de se fazerem ouvir nos assuntos internacionais. A maioria dos Estados africanos é considerada parte do Terceiro Mundo.

Descolonização de África

História da descolonização de África

As duas grandes guerras que fustigaram a Europa durante a primeira metade do século XX deixaram aqueles países sem condições para manterem um domínio económico e militar nas suas colónias. Estes problemas, associados a um movimento independentista que tomou uma forma mais organizada na Conferência de Bandung, levou as antigas potências coloniais a negociarem a independência das colónias, iniciando-se a descolonização.
Este processo foi geralmente antecedido por um conflito entre as “forças vivas” da colónia e a administração colonial, que pode tomar a forma duma guerra de libertação (como foi o caso de algumas colónias portuguesas e da Argélia). No entanto, houve casos em que a potência colonial, quer por pressões internas ou internacionais, quer por verificar que a manutenção de colónias lhe traz mais prejuízos que benefícios, decide por sua iniciativa conceder a independência às suas colónias, como aconteceu com várias das ex-colónias francesas e britânicas.
Nestes casos, foi frequente o estabelecimento de acordos em que a potência colonial tem privilégios no comércio e noutros aspectos da economia e política.

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